Opinião

08/03/2012

Amargura de Severo Lima

José Fulaneti de Nadai

Severo Lima saía da mercearia cabisbaixo, com olhar de boi de carro que perdeu o companheiro. –"Sumido, cabra?" Ele respondeu logo com um bom dia. Disse-lhe que fosse tomar o seu café e me esperasse. Dentro de dez minutos passaria lá para o apanhar. Notei que Severo estava meio retraído. Pensei que devia ser ginge, como ele gosta de falar.

- Vi qualquer coisa na televisão falando não sei o que de mulher. Isso aí, Dia da Mulher. Tinha umas homenagens, umas coisas bonitas, comecei ficar inquieto, um aperto no peito, que precisei sair e caminhar um pouco. Nossa amizade, sô Zé, não me deixa guar [...]

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