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Diário de Penápolis

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19/05/2024

"Carreta Missionária SOS Rio Grande do Sul": médico de Alto Alegre participa de ação voluntária em Canoas e Porto Alegre

Imagem/Arquivo Pessoal Dr. Misael Martines durante atendimento na carreta de uma criança que foi resgatada da enchente em sua casa

DA REDAÇÃO

O médico Misael Medina Martinês, que reside em Alto Alegre e atua como médico do Trabalho em empresas de Penápolis, exerce o trabalho voluntário frequentemente, em diversas frentes missionárias através da carreta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira,  que é dotada de consultório médico e odontológico. A carreta faz atendimentos à população ribeirinha no Amazonas, no sertão da Bahia e agora está no Rio Grande do Sul. O Dr. Misael viajou, dia 9 de maio, para Florianópolis onde se encontrou com outros voluntários, e depois seguiram para a Igreja Batista Manancial de Canoas, onde a Carreta ficou estacionada por alguns dias em frente ao templo. Depois a carreta seguiu para Porto Alegre, onde permanecerá por muitos dias, sem data para deixar a capital gaúcha.  A reportagem do Diário ouviu o relato do Dr. Misael que permaneceu durante uma semana no Rio Grande do Sul. 

Dr. Misael conta um pouco de sua estada durante o trabalho voluntário  
 “Começamos alguns atendimentos médicos e odontológicos no sábado (11). O cenário é caótico, grande destruição mesmo, muita gente vinha buscar água, pois a cidade está quase sem abastecimento de água potável. Mais de 350 cidades foram atingidas pelo desastre climático, e milhares estão em abrigos humanitários ou em casas de parentes que as vezes acolhe 20 pessoas da familia. Crianças com doenças respiratórias, pessoas muito abatidas que  choravam e contavam que não tinham mais casa para morar. As pessoas também chegavam para pedir receitas para medicamentos de uso continuo, pois perderam documentos e tudo mais nas águas”.   Permanecemos em Canoas até a segunda-feira (13), pois os coordenadores de Missões, avaliaram a possibilidade de mudar a base da carreta para Porto Alegre, como estratégia de maior atendimento às pessoas. Na terça-feira (14) de madrugada, seguimos para a capital gaúcha, debaixo de chuva e enfrentando um frio intenso. Fizemos o percurso que duraria 40 minutos, em duas horas e meia, devido a precariedade da estrada e o grande fluxo de veículos. A carreta  ficou estacionada em frente ao shopping Boulevard, próximo ao terminal rodoviário. Na região do centro de Porto Alegre, antes havia 15 postos de saúde dos quais 12 estavam em baixo da água, e apenas 3 permaneceram com condições de atendimento à população.  A secretaria de saúde local fez uma parceria conosco, e colocou dois dentistas e uma médica, e mais outros três médicos de Sergipe, e um deles com a esposa que era nutricionista em Curitiba, formamos uma equipe para atender as inúmeras pessoas que chegavam, depois de receberem a informação que a carreta estava disponível naquele local. A secretaria de saúde  também montou uma barraca para vacinação de crianças e adultos contra as doenças oportunistas neste momento de maior contaminação. Os atendimentos chegaram a mais de cem somente num dia. É quase indescritível o que vimos ali, um cenário de guerra mesmo. Às vezes tínhamos que conversar muito com as pessoas, tentando consolar, levar uma palavra de esperança para aqueles que perderam tudo.  Quando saímos de lá, estavam montando um trailer para uma empresa  disponibilizar seis máquinas de lavar e 6 secadoras industriais, para uso da população. Poucos hotéis estão funcionando, pois não há água potável para para abastecê-los. Num momento seguinte, a direção da Convenção Batista Brasileira  pretende arrecadar mil cestas básicas para doar a população. Realmente é muito triste a situação lá, mas pudemos encorajá-los, orar por eles, e distribuímos também o Evangelho de João, contido na Bíblia, como forma de oferecer apoio espiritual.  Alguns voluntários ainda ficaram lá, e nós retornamos para São Paulo, chegamos em Rio Preto na quinta-feira Feira (16) à noite, e de lá para minha cidade onde resido com minha família.  Voltei com uma gripe muito forte, um pouco febril, por causa da baixa temperatura em Porto Alegre”, resumiu o Dr. Misael tudo o que presenciou durante os dias que esteve no Rio Grande do Sul atuando na Carreta Missionária, e destacou que outra carreta que estava no Piauí, deve chegar em Porto Alegre em breve para aumentar os atendimentos no Rio Grande do Sul.     

(Tania Pinheiro)


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